Depois de umas três horas,
o dinheiro estava organizado.
- Vocês estão com fome, não estão?! – disse ao levantar-me e
lavar bem as mãos – Vou fazer café pra gente enquanto a janta não sai – peguei
tudo o que precisava. Já estava quase no horário da janta, mas meu corpo exausto pedia por cafeína.
- Não... A gente precisa mesmo ir. Temos que levam este
dinheiro – eles empacotaram o dinheiro e conversaram por alguns minutos com
Fernando. Assim que saíram, eu já tinha arrumado a mesa.
- Estou tão cansado – disse Fernando ao esfregar os olhos
enquanto eu o servia café. Fiz o mesmo pra mim. Fernando comia pão de forma com
manteiga. Eu mordiscava uma bolacha de chocolate – O que foi, esfomeada... Está
com tanta fome assim?
- Nada, não – sorri – Quero dormir... Minha cabeça está
explodindo – deixei minha refeição e tomei logo dois analgésicos. Isso me daria
sono.
- Não precisa fazer janta. Vai descansar – disse de boca
cheia.
- Não vou te deixar sem comer...
- Eu acabei de comer. Se tiver fome mais tarde como outro
pão. Vai deitar.
Eu assenti e caminhei até nosso quarto. Peguei uma toalha e
roupas de dormir. Assim que comecei a escovar meus dentes, Fernando abriu a
porta, deixando um ar congelante entrar junto de si.
- Vem cá, amor? – disse com a boca cheia de espuma. Enfiei
minha cabeça embaixo do chuveiro para que a enxaguasse. Fernando despiu-se e
abraçou-me. Nossos corpos estavam colados enquanto ele me encarava e passava
seus polegares em meus olhos – como no meu sonho – mas isso era realidade. Ele
afastou com gentileza meus cabelos molhados que estavam grudados em meu rosto. Depois
de encarar-me por alguns segundos, disse ao sorrir.
- Você é tão linda – não pude conter um sorriso – Eu não sou
bom em falar sobre sentimentos, mas... – ele procurava as palavras certas, pois
abria e fechava a boca varias vezes – Eu te amo tanto... E não imagino ninguém
melhor na minha vida além de você – apertei-o contra meu corpo – E eu vou fazer
de tudo pra te dar do bom e do melhor.
- Eu não estou com você por isso, Fernando. Eu amo você de
qualquer jeito – disse enquanto meus dedos percorriam o caminho de sua
clavícula e eu os observava. Não conseguia olhar em seus olhos, pois tinha
vergonha de dizer isso. Este era um de meus pensamentos mais profundos e
sinceros - Não importa se morarmos no Leblon, numa favela ou sob uma ponte. Eu
te amo. Amo apenas você, e é apenas você o que eu quero. É clichê, mas é o que sinto – encostei
minha testa na dele.
- Você sempre sabe o que dizer...
- Mas eu sei te amar melhor do que qualquer outra coisa no
mundo – sorri ao encará-lo – Eu... – respirei fundo – vou pra cama, te espero
lá – beijei-o lentamente e saí.
Assim que deitei, praticamente desmaiei. Fernando foi gentil
em deitar-se junto a mim sem acordar-me, pois agora o sol da manhã estava em meu rosto.
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