quarta-feira, 26 de junho de 2013

(cap 9)

ALGUNS MESES DEPOIS

Já era quase de noite. A casa já estava limpa e eu ia tomar banho quando meu celular tocou. Era Fernando.
- Amor, se arruma. Vou te levar pra sair hoje à noite.
- Ok... Pra onde?
- Pra jantar. Coloca uma roupa bem sexy pra mim, coloca? – sussurrou a ultima frase. Talvez estivesse com pessoas por perto.
- Coloco sim. Sexy e fácil de tirar – disse lentamente.
- Mmm – ouvi sua respiração – Tenho que desligar – e por fim, desligou.
Depois que tomei banho, me perfumei, abusando de cremes hidratantes. Fernando havia me dado dinheiro – muito dinheiro – para comprar o que quisesse.


FlashBack
- Amor... – disse esfregando a toalha no cabelo molhado e depois a jogou na cama. Ele caminhou até o guarda-roupa, ficando nas pontas dos pés pra poder alcançar a parte mais alta. Tirou de um fundo falso, um saco preto que dentro havia maços de dinheiro e entregou-me um deles – Pega esse dinheiro e vai comprar algumas coisas pra você.
- Eu não estou precisando de nada, Amor... – estiquei o braço pra devolvê-lo.
- Para de graça – sorriu e me deu um selinho. Eu não sabia como agir. Naquele maço deveria haver pelo menos R$10,000 – Vai ao shopping, e compra o que você quiser.
- Vem comigo, então? – fiz cara de piedade. Assim também compraria algo pra ele, e... Seria legal me divertir com o homem que tanto amo, afinal, nunca gostei de ir ao shopping sozinha.
- Argh... – fez careta – Eu não tenho paciência pra te esperar...
- Por favor – fiz bico. Era infantil, mas eu sabia que ele não resistiria.
- Ah – e pigarreou – Tudo bem – disse ao envolver-me e puxar meu beiço com os dentes – Quer ir agora?
- Uhum – disse enquanto acenava com a cabeça, mas na verdade, minha vontade era de transar com ele.
- Então se arruma – encorajou-me com um empurrãozinho e deu estapeou em minha bunda. Eu suspirei, na tentativa de conter-me.

Depois de pronta, Fernando e eu descemos até a garagem. Ele havia comprado um carro pra mim, pois segundo ele logo eu tiraria carta e poderia sair sem ele. Mas enquanto eu ainda estava tendo aulas, ele me levaria onde eu quisesse. Meus pensamentos tomaram conta de mim enquanto estávamos indo ao shopping. Fernando era até mesmo um pai pra mim. Dava-me de tudo e eu apenas... Respirava. Lembrei-me quando minha tia me chamou de sangue suga. Eu as vezes insinuava em conversas que eu não era boa o suficiente pra ele, mas segundo ele, eu o mantenho são, o mantenho humano, pois como ele disse, sou a única pessoa que ele ama. E, bem... Isso é recíproco.
Eu achei que ele fosse me levar a um shopping comum, mas pra minha surpresa, ele me levou a um dos shoppings mais luxuosos da cidade. Eu até me senti desconfortável por estar com minhas roupas comuns, mas é claro, estava usando o relógio que ele havia comprado. Já Fernando, apesar de ser bandido, ele não era um típico favelado rico que usava várias correntes de ouro e boné. Na verdade, ele tinha muitas roupas de marcas nobres e seu rosto também era... Digamos, de um playboy. Eu nunca, jamais me interessei pelo dinheiro que ele tinha, mesmo sabendo que era muito. Ele um dia, confessou que apesar de sentir vontade de morar num condomínio fechado, e andar em carros importados, sentia-se mais seguro morando na favela, favela, que segundo ele, sempre será sua casa.
“Óh, Céus, como eu amo esse homem”, pensei assim que ele percebeu que eu o encarava, e sorriu pra mim.
- Espere – disse ao sair do carro. Minha respiração até falhou. O que ele iria fazer? Fernando deu a volta, chegando ao meu lado e abrindo a porta – Madame...? – e estendeu sua mão pra pegar a minha. Não pude deixar de rir, mas entrando em sua brincadeira, assim, dando-lhe minha mão – Mmm... – emitiu esse som grave sexy e gostoso que me faz deseja-lo, e deu um beijo em minha mão. Ele examinou o relógio em meu pulso e encarou-me pelo canto do olho – É... – puxou-me e sussurrou em meu ouvido – Quero que você compre uma calcinha que combine com esse relógio, assim, eu começo tirando-o de seu pulso com minhas mãos, e termino tirando-a com minha boca – minhas pernas formigaram quando ele disse isso. Eu o encarei. Sei que meus olhos pediam por misericórdia, pois ele riu de minha cara. Como eu o queria... – Vem, minha rainha.
Nós compramos, almoçamos, compramos mais coisas, e mais coisas ainda. Fernando também comprou várias peças de roupas pra ele. O filho da mãe levou e sacou – de sua conta fantasma – tanto dinheiro. Era incrível como ele tinha tudo planejado. Contas, documentos... Para o mundo ele realmente era Alison.
Já era a terceira vez que nós havíamos descido até o estacionamento levar os montes de sacolas.
- Nunca achei que teria uma saia da Dior e um vestido da Daslu – ri enquanto caminhávamos abraçados até o elevador.
- Você merece muito mais que isso – sussurrou em meu ouvido. Ele disse isso numa inocência e sinceridade tão grande que fiquei sem palavras.
Bem, o resto da noite foi tranquila, e como ele havia prometido, começou em meu pulso e terminou em sua boca.



Eu já estava pronta, perfumada, gostosa... Com certeza, tiraria o fôlego de Fernando. Assim que ele chegou, eu estava no terraço recolhendo as roupas, pois provavelmente choveria. Eu as coloquei numa parte coberta e sentei numa das cadeiras de plástico. Vislumbrei a cidade enquanto esperava Fernando.
A vista era tão bonita. Era o início de uma noite bem escura por conta das nuvens, e a Lua refletia no mar de tal maneira que era uma amostra do paraíso. Vislumbrei os barracos mal iluminados, as árvores graúdas, os tijolos vermelhos do lado de fora da nossa casa... Eu não trocaria essa vida por nada... Principalmente esse som. Som dos passos de Fernando, que chegavam até mim.
- Eu amo isso aqui – disse ao agachar-se atrás de mim e beijar meus cabelos e acariciar os mesmos. Eu o olhei e ele estava fascinado com sua visão – Também amo você – sorriu pra mim – Demais.
- Eu sei, meu amor – acariciei sua mão e beijei a palma da mesma.
- Vamos?! – disse ao levantasse-se e puxar-me. Assim que virei, Fernando encarou-me de cima a baixo – Sexy e fácil de tirar – disse com um sorriso maroto e prensou-me contra seu corpo.
- E você sabe que quanto mais cedo irmos, mais cedo voltaremos – sussurrei.

Fernando e eu conversamos sobre o que fizemos hoje. Enquanto ele me contava sobre seu dia, eu memorizei cada detalhe de seu corpo. Calça jeans preta e camisa branca e jaqueta de couro preta. Estava de enlouquecer qualquer uma, e de invejar qualquer um.
- O que foi? – perguntou semicerrando os olhos, um tanto sem graça.
- Estou admirando sua beleza.
Ele sorriu e me puxou com toda força pra perto de si. Seu braço estava entorno do meu pescoço, enquanto ele quase arrancou meus lábios com seu beijo e mordida e logo, disse:
- E eu agora quero admirar a sua – disse ainda encarando-me de perto sem se importar com o trânsito.
- Está louco, moleque? – gritei segurando o volante e olhando para os carros a nossa frente, tentando me soltar de seu braço, mas confesso que gostei dessa sua brincadeira.
- Você me chama de moleque... Me deixa fodido de raiva, sabia? – disse num tom sexy e grave.
- É? Fica bravo? – perguntei roçando meus lábios nos seus.
- Louco... – e beijou-me rápida e violentamente. Assim voltando sua atenção a sua frente.

Não demorou muito até que chegássemos ao nosso destino. Fernando levou-me à um pub moderno e badalado no centro.
- Seria engraçado se nós estivéssemos ouvindo um funk proibido no ultimo volume, não acha? – perguntei sorridente, imaginando a situação.
- Nem nos deixariam entrar – riu.
- Você é muito filho da puta, eim, Fernando – disse sorrindo e ele fez careta sem entender – É um bandidão, mas paga de playboy – tirei sarro de sua cara.
- Fazer o que se eu sou esperto demais pra ter uma vida boa e ainda mandar na minha favela – disse sorridente e brincalhão num tom esnobado, enquanto ajeitava sua jaqueta, incorporando sua personagem.
- Seu idiota – sorri e estapeei seu ombro.

Nós fomos até o local. Um homem perguntou onde gostaríamos de ficar e Fernando disse num lugar reservado. Ele nos levou até uma mesa com cadeiras acolchoadas ao lado de uma janela. O lugar estava um tanto abarrotado por ser dia de semana, na verdade, parecia ser sábado.
- O que gostariam? – perguntou educadamente à Fernando e mim.
- Eu gostaria de um black... E você? – me encarou.
- Vodca – disse ao homem.
- Tudo bem... Com licença – e retirou-se.
- Não vai me dar trabalho, vai? – Fernando aninhou-me junto de seu corpo. Seu hálito fresco batia em minha boca.
- Você acha que não? – disse ao puxá-lo e beijá-lo intensamente. Eu estava começando a me animar, pois quando dei-me conta, minha coxa já estava nas mãos de Fernando. Contive-me quando o garçom voltou com nossos pedidos.
Fernando pediu algumas bobagens para comermos, e eu aceitei, pois eu não estava com muita fome.
Nós comemos, conversamos, rimos, bebemos (principalmente eu) e nos beijamos tanto até que nossos lábios ficaram inchados. Encaixei meu rosto no pescoço de Fernando e enquanto inalava seu perfume, ficando ainda mais bêbada.
- Amor – disse mole – Vou ao banheiro... – pensei melhor – Não, não!, ao toalete – ri, pois também estava incorporando a personagem. Fernando gargalhou.
- Ok... – deu-me passagem e eu segui até o “toalete”.

Assim que usei o mesmo, me encarei no espelho e dei um retoque em minha maquiagem. Tomei o máximo de cuidado pra não borrar, pois meus movimentos não eram um dos mais perfeitos. Encarei-me e gostei do que vi. Meus cabelos estavam um tanto rebeldes, deixando-me ainda mais sexy, pois também estava com batom vermelho. Arrumei meu vestido em meu corpo, pois o mesmo estava um tanto torto. Era um milagre eu poder andar de salto sem cair do jeito que eu estava.  
Assim que saí do local, lembrei na metade do caminho que eu tinha esquecido minha bolsa de mão no banheiro. Virei-me pra busca-la, mas meu corpo se chocou numa parede. Eu estaria no chão se não fosse pelos braços dessa parede que agora me segurava.
- Cuidado, senhorita, não vai se machucar – olhos verdes e lábios finos me alertaram.
- Ah, me desculpe – juntei o máximo de consciência que eu ainda tinha. Semicerrei os olhos tentando ver melhor seu rosto.
- Não, está tudo bem – ele olhava pra minha mão esquerda. “É, príncipe, eu apenas aparento não ser casada”, pensei. Ele soltou-me e eu me endireitei – Gostaria de se juntar a mim e meus amigos?
- Senhorita, sua bolsa – uma moça disse ao colocar a mão em meu ombro, chamando minha atenção.
- Ah, muito brigada – disse agradecida, pois nem me lembrava mais disso.
- Por nada – saiu. Aquele homem ainda esperava minha resposta.
- Eu não sei se devo... – disse hesitante.
- Ah, por dez minutos. Se eu for chato demais você pode ir embora sem me dar seu telefone – insistiu sorridente e simpático. Eu não resisti, afinal, Fernando não sentiria minha falta por dez minutos.
- Tudo bem – assenti. Ele segurou em minha mão e guiou-me.
Ele estava numa mesa com mais três amigos. Havia mais duas garotas.
- Pessoal, essa é a... – ele inclinou-se de modo que minha boca encostasse em seu ouvido – Eu não sei seu nome, moça – Eu ri e disse meu nome. Ele me apresentou educadamente para seus amigos e todos foram muito educados comigo – Sente-se aqui – puxou uma cadeira pra mim e sentou ao meu lado – A propósito, me chamo Heitor – disse sorridente. Encarei-o. Loiro, rosto quadrado, musculoso... Eu com certeza treparia com ele... Se não estivesse com Fernando.
“Fernando”, pensei.
- Desculpe, mas eu não posso ficar aqui... – ia me levantando, mas ele me segurou.
- Ah, por favor, vamos conversar um pouco... Bebe alguma coisa e depois te deixo livre – ele sabia como segurar uma garota.
- OK... – um, apenas.
Eu bebi mais uma ou duas doses de Vodca. Quando cheguei na terceira, eu já estava debruçada no encosto da cadeira de Heitor.
- Mas que palhaçada é essa? – reconheci de imediato a voz de Fernando. Joguei minha cabeça pra trás e o encarei. Ele ficava engraçado de ponta cabeça.
- Oi amor – ri de sua cara. Mesmo bravo, ele ficava incrivelmente lindo. “Bravo”, pensei. Por que ele estaria bravo comigo? Eu não estava fazendo nada de mais...
- “Oi amor” é o caralho! Levanta dessa porra de meda agora – ele puxou-me.
- Ela pode ficar se quiser – interveio Heitor, ficando de pé e encarando Fernando. Como eu gostaria de vê-los brigar... Ou até mesmo transar ao mesmo tempo com os dois.
- Cala a tua boca, mauricinho. – disse mais alto, apertando meu braço – Que hoje eu só não te arrebento, porque vou arrebentar essa daqui – e encarou-me com olhos cor de fogo... Fogo do inferno, e assim puxou-me com violência. Todos que nos viam, ficavam boquiabertos. Fernando me apertava tão forte, que realmente começou a doer. Eu tentava gritar com ele, mas estava tonta de mais. Minha voz não saia. Na verdade nem sei como já estávamos encostados em nosso carro – Minha vontade é de te arrebentar, sua filha da puta! – ele não gritava, mas dizia isso entredentes, e dava pra ver que ele queria mesmo me bater, pois segurava meu maxilar com força – Eu te mato!, eu juro que te mato se... – um som de raiva saiu de sua garganta assim que ele deu um soco no carro, ao lado de meu rosto.
- Não mata não – o desafiei. Ele me encarou com um olhar de dar medo, que eu até fiquei um tanto mais sobrea.
- Para de me provocar – disse baixo ao enforcar-me e logo soltar meu pescoço.
- Não mata, sabe por quê? – disse deslizando uma de minhas mãos até o volume que havia entre suas pernas – Porque você me ama – sussurrei em seu ouvido.
- Você é uma puta! – ele disse um tanto alto, empurrando-me– Se eu não tivesse aparecido, teria dado praquele otário! – seu nervosismo apenas aumentava meu desejo.
- Então me come, Fernando! – puxei-o com força – Me come aqui, agora! Não me faça ficar arrependida por ter escolhido você e não ele! – ele me encarava com sobrancelhas unidas e maxilar contraído – Me mostra que você é mais homem do que ele! Me mostra que você fode mais gostoso do que ele! – eu dizia entredentes, louca de tesão.
- Sua puta... Cachorra – disse ao emaranhar seus dedos em meus cabelos e puxar meu pescoço para um lado, deixando o outro livre e o mordendo e beijando. Fernando beijou-me violentamente. Ele levantou uma de minhas coxas e a apertou com tanta força que chegou a doer tão gostoso. Fernando conduziu-me a um beco ao lado do pub, e prensou-me contra a parede fria – Você precisa de uma surra, sua vagabunda – sussurrou ao meu ouvido e mordeu minha orelha, deixando-me sem ar.
- Uma surra de pau – disse prensando minha intimidade contra a dele e sorrindo maliciosamente. Fernando levantou-me pelas pernas, encaixando nossos corpos. Ele me apertava contra a parede enquanto meu beijava e passava as mãos na lateral do meu corpo. Não demorou muito até que ele desabotoasse sua calça e erguesse meu vestido.
- Mas que porra de calcinha – disse com ódio, agarrando e rasgando o tecido. Como eu o amava. Fernando invadiu-me com força desde o primeiro momento, e ele ia cada vez mais fundo. Eu mordia meu pescoço enquanto abafava meus gemidos. Ele puxou-me violentamente pelos cabelos, forçando-me a olhá-lo – Geme pra mim, sua vagabunda! Geme! – ordenou. Eu queria mais, então não fiz o que ele pediu. O queria furioso – Sua puta do caralho – e então me penetrou com tanta intensidade que foi impossível não gemer. Fernando também urrava enquanto me encarava – Você ainda queria estar com aquele frouxo? Eim? – perguntou-me em meio ao seus movimentos.
- Não – minha voz não saiu alta o suficiente.
- Não ouvi, responde! – disse alto e me deu um chacoalho.
- Ah... – eu tentava tomar fôlego – Não! – disse bem claro. Eu já havia gozado, mas mesmo assim Fernando não me largava. Minha intimidade ficou anestesiada. Eu nunca tinha sentido um prazer tão grande na minha vida, até que Fernando também gozou.
- Essa é a ultima vez que você faz isso – disse ao colocar-me no chão e abotoar sua calça. Eu arrumei meu vestido – Porque da próxima, eu juro que te mato! – segurou em meu maxilar e mordeu meus lábios com vorazmente – Vamos embora, caralho – disse puxando-me de qualquer jeito de onde estávamos.

Ele não disse nada o caminho todo, até que eu puxei assunto.
- Ainda está bravo comigo? – fiz voz de arrependida. Ele não me respondeu, apenas pigarreou – Sabe... – disse me aproximando dele – Essa foi uma das melhores da minha vida – disse como uma menina que acabou de perder a virgindade. Ele riu.
- Você gosta de tapa. – olhou-me pelo canto do olho.
- Puta ou não, eu te deixo doido, não deixo? – me entiquei ainda mais.
- Louco – disse passando seu braço envolta do meu pescoço. Fernando deu-me um selinho doce e calmo – Mas eu não estou brincando... Experimenta fazer isso outra vez que eu te arrebento de verdade... E você sabe que eu posso – apenas disse com firmeza a ultima frase. E eu sei que ele poderia mesmo.
- Só não me deixe mais ir ao banheiro sozinha – brinquei – E eu nunca te trairia, mesmo bêbada.
- Mmm... Isso quase aconteceu.
- Não – ajeitei-me em meu banco – Não, não. Eu não ia. Eu apenas estava alta. Confesso que ele era bonito, mas...
- Quer mesmo começar uma discussão sobre isso? – interrompeu-me – Queria ver se fosse eu a dizer que uma mulher é bonita – ironizou.
- Mô... Você fica uma gracinha com ciúmes – sorri.
- Pare de ser infantil! – ele estava voltando a ficar bravo.
- Pare você também – disse ríspida – Porra, eu dei pra você e não pra ele. Você sabe, só não admite por machismo, que eu não te trairia – e assim eu o calei.
 Nos mal nos falamos até chegarmos em casa. Enquanto eu tomava banho, tive a esperança de que Fernando invadisse meu espaço, mas isso não aconteceu, e quando sai do banheiro e entrei em nosso quarto, ele nem olhou em minha cara ao passar por mim para tomar seu banho. Eu deitei e o esperei de olhos fechados, pois ainda estava bêbada e sei que terei uma bela dor de cabeça amanhã. Assim que ele se deitou de costas pra mim, meu coração apertou de tal maneira, que eu engoli meu orgulho, e disse: 
- Me desculpa por hoje. Eu sei que não estava certa, mas... – pensei bem no que dizer – Eu só não consigo aguentar você me ignorando na hora de dormir. Não posso dormir em paz sem saber que você ainda me quer aqui – a última frase saiu tão baixa, mas tenho certeza de que ele ouviu.
Ele se virou – pra minha maior alegria – e disse:
- Eu sempre vou te querer ao meu lado, meu amor – me abraçou e deu um beijo em minha testa. Assim, pude dormir em paz.